A Bahia é um dos nove estados da federação, em que a maior parte da população é composta por pessoas em situação de pobreza, ou seja, vivem com renda mensal de até R$ 665,02.
A constatação é de um levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), feito com base em dados de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.
Segundo o estudo, a Bahia tem 51,6% dos seus habitantes nesta situação.
Os demais estados que compõem a lista estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste. São eles: Piauí (50,4%), Acre (52,9%), Pernambuco (53,2%), Ceará (53,4%), Paraíba (54,6%), Alagoas (56,2%), Amazonas (56,7%) e Maranhão (58,9%).
Todos esses estados mais pobres do país, coincidentemente (ou não) foram governados nos últimos anos por políticos filiados a partidos de esquerda. Na Bahia, por exemplo, o PT caminha para completar 20 anos no poder.
Na capital baiana um morador de rua descansa em frente ao Fórum Rui Barbosa, principal casa da "justiça" no estado.
Outro dado interessante de se observar, é que os estados das regiões Sul e Centro-Oeste, que são governados pela direita, apresentam os melhores índices de crescimento e de oferta de emprego e também os menores índices de pobreza.
Na capital baiana a escalada da pobreza é bem visível. Em muitos bairros da cidade, famílias inteiras estão morando nas calçadas e nos canteiros.
No Vale de Nazaré, por exemplo, algumas famílias montaram tendas de plástico e papelão e estão residindo no canteiro central da avenida.
No Vale de Nazaré, em Salvador, esta família mora no canteiro central da Avenida.
O mesmo acontece em vários pontos do bairro da Pituba, como na rotatória que fica no final da Av. Paulo VI, onde residem, debaixo de uma árvore, pelo menos três famílias, com crianças, idosos, deficientes e até animais de estimação.
Normalmente essas famílias escolhem permanecer em pontos com trânsito intenso e perto de semáforos, para que possam colocar as crianças para pedirem esmolas aos motoristas.
No bairro da Pituba, em Salvador, várias famílias moram embaixo de uma árvore
No bairro do Comércio, na cidade baixa, mesmo debaixo de chuva forte, a nossa reportagem flagrou uma fila enorme no restaurante que serve o prato solidário, cobrando apenas o valor simbólico de 1 real por pessoa. Muitas dessas pessoas só tem recursos para fazer essa refeição durante o dia inteiro.
No restaurante de Salvador que serve comida a R$ 1,00, as filas são imensas mesmo debaixo de chuva
Mas nada se iguala à cena que a nossa reportagem flagrou em Vitória da Conquista, principal cidade do sudoeste baiano.
Há algum tempo voluntários construíram casinhas de madeira em alguns pontos da cidade, com o objetivo de abrigar cachorros de rua.
Pois bem, a miséria humana falou mais alto, e hoje algumas dessas "casinhas" são ocupadas por famílias de gente que não tem onde morar.
No momento em que visitamos uma dessas casas feitas para abrigar cachorros, flagaramos o instante exato em que um cidadão trouxe ração para os cães. Dentro da casa, em vez de animais, encontrou uma família inteira de pessoas desabrigadas. Para essas, no entanto, ele não trouxe alimento algum.
Em Vitória da Conquista, no momento em que o homem coloca ração na casa que foi feita para os cachorros de rua, uma pessoa aparece na janelinha
Essa situação está exposta bem ali há meses, no meio de Vitória da Conquista, no início da Rua 1O de novembro, sem que nenhum representante de qualquer um dos poderes públicos tome uma providência, enquanto as pessoas que passam se preocupam prioritariamente em não deixar os cães com fome e desabrigados.
Desgoverno, insensibilidade social, distorção de valores; o fato é que tudo isso está fazendo da Bahia, lamentavelmente, um lugar muito difícil de se viver.