Os lucros têm uma má reputação. Talvez, depois da propriedade privada, os lucros sejam a encarnação do diabo na visão dos nossos amigos da esquerda.
De acordo com uma citação anônima, mas altamente comentada: “como o lucro não será mau quando, em princípio, 'lucro' significa que você cobrou de alguém mais do que realmente vale?”.
Qual é a verdadeira história sobre este aspecto crucial da economia? É que os lucros são onipresentes, difundidos, inevitáveis, e que todos nós, incluindo os comunistas, somos culpados não só de lucrar, mas de obter lucros “excessivos”.
Um socialista vai comprar sapatos. Ele vê o mesmo calçado idêntico em três lojas diferentes: vendidos, respectivamente, por US$ 100, US$ 90 e US$ 80.
Qual ele compra, tudo o mais constante? Resposta certa se você disse a última opção.
Mas os lucros são muito mais difundidos do que isso. Eles não estão de forma alguma limitados a empreendimentos comerciais, como a compra de sapatos.
Uma mulher lava as mãos. Ela leva 3 minutos. O sabonete utilizado custa R$ 0,10; a conta da água acrescenta outro centavo. Ela obteve lucro?
Sim, necessariamente no sentido ex ante (ou seja, quando se avalia antes do fato).
Ela provavelmente nem pensou nisso nesses termos, mas contemplou — antecipou — que estaria melhor com as mãos limpas do que sujas, mesmo levando em conta os custos de oportunidade de sabão, água e tempo.
Há outra ideia importante que podemos extrair da economia: quanto maiores os lucros obtidos, maior e mais importante é a nossa contribuição para o bem-estar social. Grandes lucros refletem que criei um valor significativo para outros.
Portanto, ouçamos um pouco menos de difamação deste elemento crucialmente importante não só da economia, mas de toda a vida.
Fonte: Mises Brasil