No século passado alguns escritores que tiveram grande sucesso, como George Orwell e Aldous Huxley, escreveram livros como "1984" e "Admirável Mundo Novo", que se tornaram verdadeiras profecias sobre o futuro da humanidade.
Nessas obras eles descreviam sociedades submetidas e escravizadas por poderes tirâncios, com pessoas que funcionavam como simples peças de uma engrenagem macabra.
Na ficção desses autores, os seres humanos são reduzidos a tal nível em dignidade e poder de decisão, que se tornam totalmente obedientes, como meras peças em um tabuleiro de um jogo de poder.
Na época em que esses livros foram escritos, muita gente acreditou que tempos como esses não chegariam nunca. Ledo engano.
As experiências da nova tendência dos dominadores da política global, já exibem resultados bem assustadores.
Vejam, por exmplo, o desespero a que foi levada a população da maioria dos países do mundo durante a pandemia.
Ou ainda a distopia de valores que leva um número cada vez maior de indivíduos a apoiar abertamente causas terroristas com a do Hamas.
Mas a tão sonhada dominação geral das massas pelos poderosos que se uniram em torno do que já se chama de comunoglobalismo, já tem exemplos muito mais próximos do ideal final. Em Mairi, no interior da Bahia, ter um emprego com carteira assinada é privilégio.
Com 18 mil moradores, menos de mil deles (5%) têm um emprego - seja formal ou na informalidade. Desses, quase 600 trabalham na prefeitura.
Como resultado, o salário da esmagadora maioria é extremamente baixo.
Essa mistura de desemprego, remuneração ínfima e falta de perspectiva empurra a maior parte da população para a dependência de programas sociais, especialmente o Bolsa Família.
Atualmente, 4,5 mil famílias dependem da ajuda federal em Mairi.
Pelas estimativas do governo, 10 mil moradores (56% dos habitantes) precisam do auxílio.
Boa parte de quem recebe o Bolsa Família complementa a renda por meio de bicos e trabalhos informais.
Na prática, a porta de saída dessa situação é só uma: a rodovia BR-407 — que leva a cidades com mais oportunidades.
Resta muito pouco para quem fica.