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8 de janeiro - O relato de uma vítima
Cidadania
Publicado em 11/12/2023

Com quase três décadas de profissão, a advogada Edith Christina Medeiros, de 55 anos, afirma nunca ter acompanhado um processo criminal com tantas ilegalidades.

“Não há individualização de conduta ou de pena, estão restringindo nosso direito à defesa, não temos possibilidade de recurso, e ainda fazem busca e apreensão na nossa casa sem termos cometido crime algum”, cita a moradora da Paraíba, que foi detida no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército de Brasília dia 9 de janeiro e passou quatro meses encarcerada.

“Infelizmente, a lei não está sendo cumprida e, como ‘pau que bate em Chico também bate em Francisco’, isso deveria preocupar todos os brasileiros, de esquerda e direita”, afirmou a advogada de João Pessoa, ao relatar as arbitrariedades que vivenciou até agora.

A primeira, segundo ela, foi registrada logo nas primeiras horas do dia 9 de janeiro, quando foi convidada a desmontar acampamento com outras 1.926 pessoas — segundo dados do STF — e entrar nos ônibus indicados pelo Exército sob pretexto de “passar por uma triagem e ir para casa”.

Segundo ela, esse é um crime de guerra conhecido como perfídia, em que um lado promete agir de boa-fé com a intenção de quebrar a promessa.

“A situação é tão grave, que é algo repudiado por todas as instituições internacionais, pois remete ao Holocausto”, aponta a advogada, ao explicar que “a perfídia foi usada em Auschwitz, onde judeus eram enganados para entrar nas câmaras de gás”.

Fonte: Gazeta do Povo

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