Por Roberto Motta/Gazeta do Povo
Esses são os fatos: um criminoso com 18 passagens pela polícia foi novamente preso e condenado. Após algum tempo ele – como acontece com todos os criminosos brasileiros, sem exceção – passou a usufruir do “benefício” do chamado regime “semiaberto”.
Nesse regime, teoricamente, o criminoso condenado à prisão é autorizado a passar o dia fora da cadeia “trabalhando” (teoricamente) e se recolhe ao presídio apenas para dormir.
Nos feriados do final do ano passado, esse criminoso (chamado, em pelo menos um comunicado oficial, de “reeducando”) passou a usufruir de outro benefício: a “saidinha” – uma chance de passar cinco dias em sua casa (de novo, teoricamente).
O criminoso aproveitou a saidinha para sumir. Essa era sua situação – foragido – até que, há poucos dias, ao reagir a uma abordagem da polícia, ele baleou um policial na cabeça.
A tentativa de “reinserção” custou a vida de um policial. Quantas outras vidas e sofrimento de inocentes essa fantasia terá custado até hoje? É impossível saber.
Perceba o que a nota [ da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis)] afirma: a culpa do crime não é do criminoso que disparou uma arma duas vezes na cabeça de um policial.
A culpa do crime é da “sociedade em que atualmente vivemos”. A sociedade é “violenta, armada e intolerante”. Mas quem estava armado era o criminoso! Que demonstrou total intolerância com o policial – um representante do Estado – foi o bandido.
Em que universo a culpa desse assassinato é dos “ataques inexplicáveis por trás das redes sociais”? Não no universo “em que atualmente vivemos”.