O Brasil tem mais terras destinadas para a reforma agrária do que o total de terras cultivadas atualmente. Aproximadamente 88 milhões de hectares já foram destinados para pouco mais de um milhão de famílias assentadas, enquanto 68,8 milhões de hectares são áreas agrícolas.
Os dados são do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), respectivamente.
Nos dados sobre a área agrícola do país, são contabilizadas as áreas de lavoura cultivadas do país, sem levar em conta as áreas destinadas para a silvicultura (floresta cultivada) e as áreas de pastagens.
Já nos dados sobre os assentamentos, são levados em conta apenas aqueles criados ou reconhecidos pelo Incra, sem contabilizar assentamentos estaduais (sem reconhecimento do Incra) e do Programa Nacional de Crédito Fundiário.
Embora as áreas cultivadas atualmente sejam menores do que as já destinadas para os mais de 9.450 assentamentos já criados, no ano passado o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou o processo de seleção para criar mais 135 assentamentos em nove estados.
As seleções atendem às reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que completou 40 anos em janeiro e afirma que há pelo menos “100 mil famílias vivendo debaixo de lonas”, a espera de um lote.
Nos processos iniciados em 2023, estão sendo criadas pelo menos mais três mil vagas para famílias sem terra. O número não é definitivo e deve ser maior.
O motivo para isso é que os processos de seleção da superintendência Pará - Nordeste não apresentam o número de vagas disponíveis em cada assentamento.
Fonte: Gazeta do Povo