Nas últimas semanas, com o anúncio de que a rede social Locals deixará o Brasil e diante das crescentes restrições à liberdade de expressão impostas pelo Judiciário brasileiro, influenciadores da direita que estão refugiados nos Estados Unidos têm recomendado enfaticamente o uso de VPN ("Virtual Private Network" – rede virtual privada) como um meio para burlar as limitações.
A decisão do Locals é a segunda do tipo em menos de dois meses.
No final de dezembro, o Rumble, uma plataforma de vídeos parecida com o YouTube mas com poucas restrições à livre expressão, também anunciou sua saída do país.
Personalidades judicialmente perseguidas, como a jurista Ludmila Lins Grilo, os jornalistas Paulo Figueiredo e Allan dos Santos e o influenciador Monark, têm reforçado nos programas de que participam a importância de usar VPN como alternativa ao que eles têm chamado de "intranet do Xandão" ("intranet" é uma rede de computadores privada usada para compartilhar informações apenas internamente).
Todos já tiveram conteúdos bloqueados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Figueiredo, por exemplo, comparou recentemente a situação do Brasil com países reconhecidos por iniciativas de censura governamental, como a China.
"A esta altura do campeonato, ou você já aprendeu a usar VPN ou você está na intranet do Xandão, e não mais na internet", afirmou.
"O Alexandre de Moraes assinou um convênio com a Anatel onde ele aperta um botão e derruba um site na internet. Até quando isso vai continuar? Este é o modelo da China! É exatamente assim na China!"
Ludmila Lins Grilo também tem se pronunciado sobre o assunto em várias ocasiões. Recentemente, diante de uma pergunta de uma seguidora sua sobre a impossibilidade de acessar o Locals no Brasil, a jurista alertou:
"Quem está na intranet da Alexandre de Moraes não vai ter mais nada. Vocês só vão ler a notícia da Daniela Lima, da CNN".
Fonte: Gazeta do Povo