Por Crystian Costa/Revista Oeste
Em 4 de março, a defesa da ex-professora Iraci Nagoshi comemorou a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para remover a tornozeleira, a fim de a aposentada fazer uma cirurgia delicada, em virtude de uma queda em que quebrou o fêmur esquerdo quatro dias antes.
O advogado Jaysson França, contudo, foi surpreendido ao saber que horas depois, naquela mesma data, o STF condenara a idosa de 71 anos a passar os próximos 14 de sua vida na cadeia, por cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa. Iraci terá ainda de pagar cem dias-multa, cada dia-multa no valor de um terço do salário-mínimo.
Em menos de 24 horas depois da cirurgia bem-sucedida, agentes do Centro de Detenção Provisória de Santo André (SP) foram à unidade de saúde recolocar o equipamento na mulher, relatou o consultor de empresas Newton Nagoshi, um dos filhos de Iraci, que luta contra um câncer desde 2019.
A família preferiu ocultar de Iraci a sentença que ela recebera, com receio de interferir no procedimento médico que ocorreria dali a três dias.
Apenas no domingo 17 é que Iraci soube do veredito do STF. "Ela já esperava", disse Nagoshi a Oeste. "Pois é o que está acontecendo com todos os presos.