A ministra da Saúde, Nísia Trindade, voltou a responsabilizar as "mudanças climáticas" pela epidemia de dengue no Brasil, nesta quarta-feira, 20. De acordo com dados da pasta, o Brasil alcançou ontem 1,8 milhão de casos da doença, um recorde histórico, além de 561 mortes.
Sobre a falta de doses para toda a população, Nísia disse que nenhum país tem em abundância a vacina japonesa Qdenga, a mais conhecida até o momento. Dessa forma, o governo federal está incentivando a produção nacional, por meio do Instituto Butantan.
Não há, porém, data para um cronograma ser divulgado. "Está em processo, mas não temos ainda a definição precisa de quantas doses poderão ser produzidas, pois há várias questões técnicas que não vou comentar", disse.
A ministra, contudo, disse que o imunizante em si não será o responsável por mitigar a crise sanitária.
"A vacina é um instrumento importantíssimo a médio e longo prazo, mas não é a solução para essa epidemia, ainda mais uma que é aplicada em duas doses com intervalo de três meses", disse, durante entrevista coletiva prevista para as 11 horas, mas que ocorreu quase uma hora depois.
"Parece que todos os problemas de saúde foram antecipados neste ano", observou a ministra. "Isso não é por acaso. Tem a ver com fatores climáticos e ligados aos próprios vírus." Nísia Trindade ficou pouco tempo e deixou cinco técnicos na mesa para apresentar dados e solucionar dúvidas.
Muitas das doses da vacina contra a denguen compradas do Japão têm prazo de validade até 30 de abril e podem acabar indo parar na lata do lixo. Isso porque 57% delas ainda não foram aplicadas.
Fonte: Revista Oeste