O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, que apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última eleição, estranhou os dados da agência de classificação de risco Moody´s que melhorou a perspectiva da nota de crédito do governo brasileiro.
Para Fraga, o Brasil deveria ter sido rebaixado, assim como vários outros países do mundo, como os Estados Unidos, que têm se descuidado no controle das contas públicas.
Ele afirmou que o país apresenta "uma deterioração explícita, mas já muito bem percebida, no campo das finanças públicas".
“Fiquei surpreso com a decisão da Moody’s de dar upgrade ao Brasil. Essa classificação tem a ver com a capacidade de o País honrar seus compromissos externos.
Mas, fora isso, acho que o Brasil deveria ter sido rebaixado. Temos uma deterioração explícita, mas já muito bem percebida, no campo das finanças públicas”, afirmou em entrevista ao Estadão, publicada nesta segunda (6).
A atual nota do país indica um risco maior para investimentos estrangeiros. Com a mudança na perspectiva, a agência sinaliza que pode elevar o rating no futuro.
A Moody's enfatizou a importância da manutenção da credibilidade do arcabouço fiscal para a "redução das incertezas a respeito da trajetória fiscal".
A agência apontou que a classificação Ba2 está "baseada na força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dado o nível elevado de endividamento do país e sua fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros".
Fonte: Gazeta do Povo