Por Henrique Bredda

A Epístola de São Tiago é um tesouro espiritual.

Ela é uma poderosa síntese de exortações, práticas e teológicas, enraizada no ensinamento de Cristo de que a fé deve ser vivida ativamente, e não apenas professada.

Este texto sagrado não só fortalece a fé mas também chama os fiéis a transformar a crença em ação, enfatizando que a fé sem obras é, de fato, morta.

São Tiago escreve com muita franqueza, desafiando diretamente qualquer noção de fé que seja meramente declarativa. "De que aproveita, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso essa fé pode salvá-lo?" (Tiago 2:14). Esta pergunta é um alerta severo de que a fé verdadeira não é uma mera assentimento intelectual, mas algo que se manifesta em cada ação da pessoa.

Outra parte fundamental da epístola trata do uso da língua, um tema tão relevante hoje quanto era na época de São Tiago. "Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo. Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo." (Tiago 3:2-3).

Este ensinamento sobre o controle da língua serve como metáfora para o domínio geral do comportamento cristão, sublinhando a importância de uma vigilância constante sobre nossas palavras e, por extensão, sobre nossas ações.

São Tiago também condena a prática da discriminação de pessoas dentro da comunidade cristã (Tiago 2:1-9). Tratar as pessoas diferentemente com base em sua aparência ou status socioeconômico é incompatível com a fé cristã.

São Tiago afirma que tal comportamento é sinônimo de julgar com maus pensamentos, reiterando que a verdadeira fé se manifesta em um amor imparcial e incondicional.

A Epístola de São Tiago é um chamado à ação, um lembrete ardente de que a fé sem obras é vazia. As duras lições de São Tiago, suas exortações à pureza, controle da língua, e imparcialidade são todas manifestações de uma teologia que vê a fé como intrinsecamente ligada à prática.

Esta carta de um apóstolo que aprendeu DIRETAMENTE com Jesus Cristo é um manual de como viver a fé cristã de maneira genuína e efetiva.

Fé sem obras é, de fato, MORTA.