Os produtores de arroz gaúchos, e do resto do país, mal tiveram tempo de respirar aliviados após a anulação do leilão da Conab que importaria 263 mil toneladas para venda com preço tabelado e logotipo do governo federal. Ao anunciar a anulação do leilão, o governo Lula já avisou que voltará à carga com um novo edital.
À parte o fiasco dos indícios de favorecimento que resultaram na demissão do secretário de Política Agrícola, Neri Geller, e de não ter atraído empresas do ramo – o certame anulado tinha sido vencido por mercearia, locadora de carros e fábrica de sorvetes – os argumentos mais fortes para demover a compra estatal estão na matemática. A conta não fecha e faz jus ao ditado popular de que “o molho pode acabar custando mais caro do que o peixe”.
Ao separar R$ 7,2 bilhões para comprar um milhão de toneladas, o governo se dispôs a despender R$ 7,20 para levar cada quilo de arroz branco à mesa dos brasileiros.
Na mesma semana em que o leilão foi realizado, no entanto, era possível encontrar o quilo do arroz no varejo nas principais praças do país variando entre R$ 4,80 e R$ 6,60. No momento em que esta reportagem estava sendo escrita (quarta-feira, 12 de junho), pela internet se encontrava arroz agulhinha com preços de R$ 4,75/kg em Recife (PE), 5,42/ kg em Curitiba (PR), R$ 5,98/kg em São Paulo e R$ 6,38/kg em Porto Alegre.
Até mesmo as marcas mais caras e valorizadas podem ser encontradas abaixo de R$ 7,2 o quilo – valor que custará ao governo trazer arroz de fora do país com a logomarca da Conab.
Fonte: Gazeta do Povo