Por J. R. Guzzo
O Judiciário supremo, a maior parte da mídia e as classes culturais estão convencidos, como o presidente Lula e a esquerda em geral, de que só as ideias que consideram acertadas têm o direito de entrar no debate público.
As que não levam o seu certificado de aprovação, e sobretudo as que são contra as suas, são tratadas como manifestações de delinquência social, política e moral — são ‘fascistas’ e seus portadores deveriam responder a processo penal se disserem o que pensam.
Vale para tudo, da ideia de que não houve ‘golpe de Estado’ em 8 de janeiro de 2023 até a sugestão de que as urnas eletrônicas do TSE podem estar sujeitas a melhorias técnicas.
Mas poucas vezes a criminalização das opiniões contrárias foi tão neurótica como está sendo agora com os debates sobre o aborto.
A ideologia oficial, simplesmente, decidiu que o cidadão brasileiro não tem o direito civil de ser contra o aborto — e não pode, nem mesmo, propor que haja algum limite temporal para a supressão do feto.