Por Henrique Bredda
Coloque-se em ordem. Isso não significa apenas ajustar superficialmente os aspectos mais visíveis da sua vida, mas mergulhar nas profundezas da sua própria existência, confrontando a desordem que se instalou na alma e no espírito.
Esta desordem não é um acidente; é consequência direta do afastamento da Verdade.
O homem moderno, ao rejeitar a ordem eterna, escolheu o caos voluntariamente, acreditando que poderia encontrar sua própria versão de felicidade e liberdade. Porém, tal felicidade é ilusória, e essa liberdade nada mais é do que escravidão disfarçada.
Voltar para os clássicos e para a tradição não é um retrocesso, como muitos alegam, mas um avanço para a sabedoria perene.
Os clássicos, tanto em filosofia quanto em teologia, são o tesouro acumulado de milênios de reflexão humana.
Eles não são meros artefatos de um passado distante; são a luz que ilumina o caminho da humanidade. Ignorá-los é o equivalente a escolher caminhar às cegas.
Quem rejeita os pilares da sabedoria clássica — a Filosofia de Aristóteles, a Teologia de São Tomás de Aquino, a espiritualidade dos Padres do Deserto — está, na verdade, rejeitando as respostas mais profundas para os dilemas da alma humana.
A modernidade, por sua rejeição das raízes clássicas e tradicionais, fez nascer um homem fragmentado, perdido, incapaz de reconhecer seu próprio propósito.
A verdade que você negligencia hoje será o sofrimento que você colherá amanhã. Isso pode parecer uma advertência dura, mas é uma advertência misericordiosa.
A realidade não pode ser moldada por nossos caprichos, e os efeitos de viver em oposição à verdade, ao bem e à ordem são inevitáveis.
O caos mental, emocional e espiritual que assola tantas pessoas em nossos tempos é fruto de uma sociedade que tentou criar sua própria verdade.
Vemos isso nas famílias desfeitas, nos indivíduos mergulhados em crises de identidade, e nas sociedades que promovem a desordem moral como progresso.
O sofrimento que daí decorre é profundo e devastador. Negar a verdade é abraçar voluntariamente a própria destruição, pois o homem que vive contra a verdade vive contra si mesmo.