Por Rodrigo Constantino/Revista Oeste
Na Grécia Antiga, uma forma dura de punição a cidadãos atenienses que supostamente tivessem ameaçado a ordem pública era o ostracismo.
O sujeito era banido da cidade e precisava ficar em exílio por uma década, o que quase sempre significava sua morte, já que ficava sem a proteção de sua cidade-estado.
Para compreender como se tratava de uma punição extremada, basta lembrar que Sócrates teve a opção do ostracismo, mas se recusou a sair de Atenas, preferindo a sentença de morte por cicuta, veneno muito utilizado na época.
A ideologia woke pratica uma espécie de ostracismo nos tempos modernos.
A esquerda descobriu que, melhor do que eliminar fisicamente seus oponentes, era eliminá-los do convívio social.
A cultura do cancelamento visa exatamente a esta finalidade: ostracizar a pessoa ao ponto de tornar sua vida um caos.
E não se trata aqui ‘apenas’ do cancelamento nas redes sociais, do expurgo de certos círculos sociais, mas de um afastamento de qualquer condição de vida normal, incluindo trabalho.