Com 26 votos favoráveis e 5 contrários, o projeto de lei que veda a utilização de linguagem neutra nas escolas estaduais do Paraná e em ações e documentos oficiais do estado foi aprovado em primeiro turno pela Assembleia Legislativa (Alep).
De acordo com Homero Marchese (Rep), um dos autores da proposta, a tentativa de trocar a palavra “todos” por “todes”, “ele” por “elo”, ou “menino” por “menine”, por exemplo, tem sido defendida por alguns grupos da sociedade como forma de inclusão e tolerância àqueles se que intitulam pessoas de gênero fluido, ou seja, que não se identificam com os sexos masculino e feminino. No entanto, o efeito é contrário, já que “exclui em vez de incluir”.
Segundo ele, a chamada linguagem neutra prejudica a compreensão de quem tem dislexia, dos surdos que se comunicam por leitura labial e de cegos que leem através de softwares, já que os aparelhos teriam que ser reconfigurados. Na argumentação, o parlamentar pontuou que “é gramaticalmente incorreto” e está relacionado “com o gênero fluido, que não é uma verdade científica”.
Durante a discussão do tema, o deputado Professor Lemos (PT) discordou dos argumentos, afirmando que a linguagem neutra combate “o machismo estrutural impregnado na nossa linguagem”.
A fala dele foi rebatida pelo parlamentar Marcio Pacheco (Rep), que atestou não existir “nenhuma vírgula de machismo no projeto”.“Sou docente em Língua Portuguesa e sei que toda vez que se usa o gênero masculino está sendo incluído homens e mulheres, todos os brasileiros. O projeto quer proibir o óbvio, que é apenas o uso da linguagem neutra [usada atualmente em redes sociais] em documentos oficiais.”
Se sancionado, o projeto proibirá a administração do estado a usar vogais, consoantes e símbolos que não identifiquem o gênero masculino ou feminino e que geram alterações ortográficas nas palavras em contrariedade com as regras gramaticais consolidadas. A proibição também vale para instituições de ensino administradas pelo estado, bancas examinadoras de seleções e concursos públicos.
Com informações da Gazeta do Povo