Por J.R. Guzzo
O clima ruim da posse de Lula: sem festa, sem povo e com angústia. O ex-presidente Lula, seus amigos e os amigos dos amigos se preparam para voltar ao governo no meio de um clima ruim.
O dia da posse, em vez de ser um momento de celebração, está sendo, pela ação deles mesmos, um momento de angústia. Fabricaram uma “ameaça terrorista”, para justificar a escalada da repressão.
Em vez de chamar o povo brasileiro para a posse, chamaram a tropa de choque. Falam o tempo todo em prender, proibir, multar, censurar, castigar. Que “festa da democracia” é esta?
Nunca houve no Brasil um presidente que assumisse o cargo com o país tão dividido como está agora. Na primeira vez que chegou ao governo, Lula dava a impressão de que reconhecia e admitia a existência de posições diferentes das suas.
Parecia disposto a governar para todos, ou pelo menos para a maioria; o Brasil, segundo dava a entender pela maneira como montou a sua equipe, era maior que o PT.
Não há nada disso hoje. Lula escolheu um ministério e um primeiro escalão de gueto. É puro “nós” contra “eles”. Quem não votou em Lula não é um adversário – é inimigo, e tem de ser destruído.
Não se admite que os 50% dos votos, ou quase isso, que o TSE registrou para o adversário sejam a expressão de um direito; são apenas uma tara de “direita”, que deve ser reprimida como caso de polícia.
Ser contra o Sistema Lula, e sobretudo dizer isso em público, em voz alta, é “antidemocrático”.