Por J. R. Guzzo/Gazeta do Povo
Nada é tão parecido com o PT e com Lula quanto o PT e Lula. Ambos acabam de levar um chocolate dos adversários (ou inimigos, porque eles não têm adversários) nas eleições municipais.
Mas, como sempre, não querem saber por que realmente perderam; a vontade real do eleitor brasileiro é a última coisa em que pensam.
Seu único e exclusivo interesse é discutir quais atalhos, truques e espertezas que pretendem adotar para ver se ganham a eleição seguinte.
Contam, é claro, com a proteção da “justiça eleitoral” que lhes resolveu a vida em 2022.
Mas não é certo que o TSE vai ter, e sobretudo cumprir, outra “missão” em 2026, quando serão escolhidos o presidente, os governadores e o novo Congresso Nacional.
Na dúvida, querem desenvolver um esquema para ganhar – e, aí, vale qualquer coisa, menos a mudança no que fazem.
O PT elegeu prefeitos em menos de 5% dos 5.550 municípios brasileiros. Só ganhou em uma das 27 capitais – e assim mesmo por uma diferença mínima e jogando todo o peso da máquina pública contra um adversário com 28 anos de idade.
Conseguiu o prodígio de não lançar candidato nos dois maiores colégios eleitorais do Brasil – São Paulo e Rio de Janeiro. Em São Paulo, a capital do trabalho no Brasil, apostou tudo num extremista que ficou em terceiro lugar no segundo turno: perdeu do vencedor e das abstenções.
O PT quer ter votos, mas não abre mão, de jeito nenhum, de odiar quem não veste camisa vermelha e não quer que lhe roubem o celular para tomar uma cervejinha.