Por Karina Michelin
O que aconteceu no último domingo (15 de janeiro de 2023), na igreja de São Pedro e São Paulo de Kafin Koro, diocese de Minna, estado de Paikoro, na Nigéria, é apenas o enésimo ato de violência contra cristãos no noroeste da Nigéria, de maioria muçulmana . Com a aproximação das eleições presidenciais no mês que vem, as forças de segurança temem novos ataques.
Os terroristas, que atacaram a paróquia na noite de sábado para domingo, não tinham acesso a diocese bem fortificada onde vivia o padre Isaac Achi, por isso atearam fogo – a igreja foi tomada pelas chamas. O corpo carbonizado do padre Isaac foi encontrado pela polícia junto com o que sobrou da diocese.
Segundo o porta-voz da polícia estadual nigeriana, Wadi Abiodun, outro padre que também se encontrava na igreja, Collins Omeh, conseguiu escapar, mas foi baleado pelos terroristas e se encontra hospitalizado. Achi, sacerdote católico muito querido pela comunidade cristã da região onde também ocupou o cargo de presidente da seção local da “Associação Cristã da Nigéria”, morreu queimado vivo, como mártir.
A violência motivada pela religião não é incomum, ela existe como meio de afirmar o poder entre as tribos muçulmanas nigerianas e do chieftaincy, conhecido como sistema de chefia nativo da Nigéria. Consistindo de tudo, desde os monarcas do país até os anciãos da família, a chefia como um todo – é uma das mais antigas instituições existentes continuamente na Nigéria e é legalmente reconhecida por seu governo.
A violência motivada pela religião não é incomum, ela existe como meio de afirmar o poder entre as tribos muçulmanas nigerianas e do chieftaincy, conhecido como sistema de chefia nativo da Nigéria. Consistindo de tudo, desde os monarcas do país até os anciãos da família, a chefia como um todo – é uma das mais antigas instituições existentes continuamente na Nigéria e é legalmente reconhecida por seu governo.
Os terroristas, em sua maioria milícias jihadistas Fulani, chegam às aldeias se passando por pastores nômades para esconder suas intenções, depois atacam cometendo atrocidades indescritíveis para forçar os cristãos a deixar suas terras.
Os conflitos entre pastores nômades e fazendeiros assentados existem há séculos, mas nos últimos anos os ataques se mostraram cada vez mais destrutivos. Como na República Democrática do Congo, onde no mesmo dia do assassinato do padre Isaac Achi pelo menos 17 pessoas morreram em um outro ataque e cerca de sessenta ficaram feridos.
O ataque a uma igreja no leste do Congo foi realizado por um grupo ligado a extremistas islâmicos que detonaram uma bomba na paróquia pentecostal de Kasindi-Luvirihya, povoado a 85 quilômetros da capital Beni, na província de Kivu do Norte, na fronteira com Uganda.“O número de mortos é provisório, pois os feridos foram transportados para vários hospitais. O número de mortos deve aumentar”, disse Delphin Mupanda, porta-voz da sociedade civil de Beni.
Com o assassinato do padre Isaac Achi, sobe para seis o número de padre assassinados na Nigéria no último ano. Devido à violência contra a comunidade cristã nigeriana, um milhão e meio de pessoas foram forçadas a deixar suas casas, segundo informou a organização vaticana “Aiuto alla Chiesa che soffre“.O governo atribuiu o ataque a rebeldes ugandenses das Forças Democráticas aliadas, embora o ISIS tenha se responsabilizado pelo ataque na noite de domingo.
A explosão foi devastadora, mutilando os corpos das pessoas que estavam na igreja. Os fiéis que estavam em uma tenda do lado de fora conseguiram escapar ilesos, foram eles que tentaram socorrer as vitimas – infelizmente em vão.O relatório de 2023 ,traz os resultados do monitoramento da Open Doors do ano passado: Existem 360 milhões de cristãos que se arriscam por sua fé no mundo.