As preocupações sobre as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de censurar personalidades e canais brasileiros têm reverberado com intensidade inédita na opinião pública internacional.
Nos últimos dias, a repercussão em jornais estrangeiros e a reação negativa de redes sociais às ordens do magistrado mostram que a percepção de que o Brasil vive sob censura tem cada vez mais respaldo fora do país.
No domingo (22), o jornal norte-americano The New York Times publicou uma matéria afirmando que Moraes, usando “interpretação ampla” dos poderes do STF, “pressionou para investigar e processar, bem como silenciar nas redes sociais, qualquer pessoa que considere uma ameaça às instituições brasileiras”.
“Para muitos da esquerda brasileira”, diz o jornal, “isso fez dele o homem que salvou a jovem democracia”. “No entanto, para muitos outros no Brasil, ele a está ameaçando”, acrescenta o jornal, afirmando que sua “abordagem agressiva” e “crescente autoridade” o colocaram “no centro de um complicado debate no Brasil sobre até que ponto se pode ir para lutar contra a extrema-direita”.
Esta é a segunda vez em poucos meses que o jornal levanta dúvidas sobre a legalidade da atuação de Moraes. Em outubro de 2022, dias antes do segundo turno das eleições, o New York Times já havia publicado uma matéria com o título: “Um homem pode agora decidir o que pode ser dito on-line no Brasil”.
Também no último domingo, a colunista Mary Anastasia O'Grady, do Wall Street Journal, publicou um texto afirmando que o STF “é uma ameaça ainda maior à democracia do que foram os distúrbios de 8 de janeiro”.
No texto, ela define o ministro Alexandre de Moraes como alguém que “tem uma tendência decididamente autoritária” e “tornou-se o rosto de uma repressão à liberdade de expressão não vista desde que o país voltou à democracia sob a Constituição de 1988”.
Com informações da Gazeta do Povo