Depois de dizer inúmeros disparates durante sua viagem pela América do Sul, como quando enalteceu a economia argentina, distorceu a história brasileira dizendo que o impeachment de Dilma foi um “golpe”, ou ressaltou que a Venezuela é um Estado livre, Lula, finalmente, disse algo com algum teor de razão.
Em discurso inicial do encontro com governadores na última sexta-feira (27), em Brasília, Lula defendeu que o país volte à normalidade, disse que os Três Poderes devem cumprir seus papeis sem interferir nas atribuições uns dos outros, e criticou a judicialização da política.
O presidente falou que vai “mostrar ao povo brasileiro que o ódio acabou”, prometeu “trabalhar muito e conversar muito para que o Poder Judiciário faça o papel do Poder Judiciário, que o Congresso Nacional faça o papel do Congresso Nacional”, e ainda reconheceu a culpa pela judicialização.
Esse discurso aparentemente conciliador, no entanto, não combina com a armação montada para criminalizar centenas de manifestantes que estavam protestando pacificamente na porta do quartel, em Brasília, e que hoje estão na penitenciária enquadrados como terroristas.
Essa também não poderia ser pronunciado por um governo que censura jornalistas, manda bloquear redes sociais, cassa mandatos de parlamentares e persegue todos aqueles que levantam a mínima discordância pública em relação à ideologia e aos métodos dos governantes.
Como ressalta o jocoso ditado popular: “De boas intenções, o inferno está cheio”. E de discursos políticos bonitos, feitos só para causar boa impressão, também. Se há sinceridade nas palavras de Lula aos governadores, que ele seja o primeiro a colocá-las em prática.
Com Informações da Gazeta do Povo