A expectativa de alguém que alguém que não fosse subserviente ao sistema e que fosse capaz de devolver a independência perdida do Senado fosse eleito para a presidência da casa, esbarrou na articulação pesada de bastidores da esquerda governista.
Com 49 votos, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito nesta quarta-feira (1º) para presidência do Senado pelos próximos dois anos. O mineiro derrotou o senador Rogério Marinho (PL-RN), que recebeu 32 votos.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que concorria de forma independente, retirou sua candidatura pouco antes do início da votação e declarou apoio a Marinho.
Com discurso de que "não abre mão da independência do Legislativo", Pacheco afirmou que sua candidatura "representará nos próximos dois anos o esteio de estabilidade, de diálogo, de cooperação com os demais poderes".
Na verdade o que se viu desde que Pacheco assumiu a presidência da casa, foi uma total subserviência do Senado a interesses externos à casa, além dele ter formado uma barreira intransponível para o encaminhamento de pautas de relevante interesse público, como a avaliação de processos de impeachment de ministros da suprema corte.
A candidatura de Pacheco contava com o apoio oficial de seis partidos - PSD, MDB, PT, PDT, PSB e a Rede Sustentabilidade - e do Palácio do Planalto.
Ao discursar no plenário, Pacheco afirmou que sua presidência nunca foi um obstáculo às pautas do governo, inclusive durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente e a bancada de oposição ao governo Lula trabalhavam em prol da candidatura de Rogério Marinho.
Agora o alinhamento do grupo que ascendeu ao poder em janeiro estaá completa, com todas as instãncias do poder dominadas: legislativo, judicia´rio e executivo.
O Brasil se tornou um grande samba desafinado de uma nota só. Quem dança é o povo.