Eles nem completaram dois meses de governo e já avançaram com vontade sobre os recursos públicos. A política do governo passado de favorecer os pequenos produtores culturais com os recursos da Lei Rouanet, seguindo a lógica de que artista famoso tem bilheteria e não precisa desse tipo de ajuda, foi jogada na lata do lixo.
Agora toda uma corte de celebridades de grande fama e de talento duvidoso, que teve que trabalhar para ganhar o sustento nos últimos quatro anos, voltou a ter privilégios que só podem ser desfrutados pelos chamados "amigos do rei". Aqueles que fizeram o "L" publicamente.
Trezentos mil reais para a gravação, em tempos de streamming, de 2 mil DVDs de música; mais R$ 300 mil para a distribuição de 8 mil álbuns de figurinhas sobre a tradição de uma cidade no interior de São Paulo; R$ 960 mil para produzir um catálogo com o tema 'sustentabilidade'; e R$ 5 milhões para um projeto que causou polêmica nesta semana: uma peça de teatro da atriz Claudia Raia.
Essas iniciativas se juntam a outras 2 mil, todas autorizadas a captar recursos da Lei Rouanet. O anúncio foi dado nesta semana pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, que liberou R$ 1 bilhão para custeá-las.
Esse dinheiro seria arrecadado em impostos pelo governo e poderia ser destinado a investimentos importantes e urgentes em áreas como educação, saúde e infraestrutura.
'Em apenas 20 dias de trabalho, o Ministério da Cultura (MinC) identificou os projetos que já tinham sido liberados pela Rouanet, mas que estavam bloqueados pela administração passada', disse Margareth, ao comemorar o que chamou de 'notícia maravilhosa'.
A boa-nova aos artistas, contudo, ressuscitou um passado sombrio e nebuloso da era PT que incomoda os pagadores de impostos, sobretudo no que diz respeito a dois tópicos:
1) Quantidade de dinheiro destinada a projetos aprovados, cuja qualidade é bastante duvidosa;
2) Critérios de escolha que privilegiam peixes grandes ou obras com viés de esquerda.
Com informações da Revista Oeste