Por Thiago Cortês
A falta de um pai em casa aumenta em mais de 14% as chances de uma criança ter problemas na escola e em 18% as chances de um adolescente ter algum tipo de conflito com a lei e acabar na cadeia.
(Os dados estão presentes em relatórios do governo americano. Confira mais abaixo alguns dados do contexto brasileiro.)
A ausência paterna é sentida com força em comunidades pobres que já enfrentam um contexto social desafiador. Na comunidade negra seus efeitos são perversos.
No Brasil, de acordo com dados do IBGE, existem 20 milhões de lares chefiados por mães solteiras. Destas, 61% são chefiadas por mulheres negras.
Em 2018, o Ministério Público de São Paulo constatou que 83% dos adolescentes que se envolveram em algum ato infracional não tinham a figura paterna em casa.
Por que esse problema tende a ser maior na comunidade negra? Há muitas hipóteses. A maior delas é a de que a migração dos negros para os centros urbanos, onde a religião e o senso comunitário são menores, enfraqueceu as famílias negras modernas.
De acordo com a escritora e pesquisadora Bell Hooks, é errado assumir que a participação do pai deve ser resumida ao ato de prover os bens materiais. “Embora o apoio material seja uma forma de demonstrar cuidado, jamais poderá substituir o vínculo emocional, o carinho”.
Ela destaca a importância do amor do pai para os meninos: “Os meninos, em especial, precisam que os homens sejam modelo”. Mães solteiras amorosas e sábias “sabem que precisam fornecer modelos de masculinidade saudável para os filhos."
Uma coisa é certa: os pais são essenciais para os meninos. Os homens negros são exemplos para os meninos negros.
Ser exemplo para um ser humano é importante e poderoso demais. O discurso pode até instruir, mas é o bom exemplo que educa!