Por J. R. Guzzo/Revista Oeste
O fato é que, depois de um mês no governo, Lula e o seu sistema não conseguiram gerar uma única boa notícia — nem para eles próprios. O único projeto de obra pública que Lula anunciou é na Argentina — e para a duvidosa construção de um gasoduto conhecido pelo nome de “Vaca Muerta”, para se ter uma ideia de onde estão querendo amarrar o burro do BNDES.
A principal notícia no mundo dos negócios é a monumental fraude contábil das Lojas Americanas, em cujo comando figura o empresário Jorge Paulo Lemann, estrela entre os bilionários de esquerda do Brasil e grande destaque na ala dos apoiadores capitalistas do presidente.
Os juros continuam em 13,75% ao ano, como resultado das expectativas ruins em relação à inflação. O mercado, a cada dia, mostra que não confia nem na competência e nem nas intenções da equipe econômica — e Lula, em vez de olhar para os problemas reais que provocam essa desconfiança, fica bravo com o mercado.
O Ministério da Agricultura, peça-chave para a área mais produtiva da economia brasileira, está sendo substituído por um “Ministério do Desenvolvimento Agrário”.
Os números do seu governo, inevitavelmente, vão começar a cair no noticiário e na vida real das pessoas — e não poderão ser suprimidos com discursos sobre a “herança maldita” de Bolsonaro, a guerra na Ucrânia e o “genocídio” dos ianomâmis.
O presidente, queira ou não queira, vai ter de conviver com a realidade.