Editorial/Portal Aliança
Quando nós, aqui no Portal Aliança e em outros poucos meios de comunicação do país, nos preocupamos em divulgar as injustiças que estão sendo praticadas contra os chamados 900 de Brasília, que foram presos no dia 08 de janeiro, estamos cumprindo o nosso papel de jornalistas comprometidos com a verdade dos fatos.
Levamos essa missão adiante, mesmo sabendo que esse posicionamento representa riscos de retaliação por parte daqueles que detêm o poder, e que insistem em querer silenciar as vozes que discordam abertamente da maneira como o nosso país está sendo conduzido pelas instituições que deveriam zelar por ele.
Sem dúvida é muito importante, mesmo que sejamos poucos, que tenhámos a coragem de esclarecer aquilo que a imprensa tradicional, totalmente subserviente ao sistema, tenta esconder do grande público, usando todas as espécies de artifícios.
Para começar, das mais de 900 pessoas que estão presas em duas penitenciárias da capital federal, apenas umas poucas estão envolvidas nas invasões e depredações aos prédios públicos.
Mesmo entre esses últimos, o que se sabe é que não estão tendo um tratamento compatível com a falta que cometeram, sendo impedidos até de fazer uso de direitos básicos que devem ser dados a todo cidadão, como o direito da ampla defesa.
Pessoas de honestidade inquestionável e de temperamento totalmente pacífico, que estavam dentro de um ônibus acreditando que retornariam para casa, ganharam das autoridades e da imprensa militante o rótulo de golpistas e terroristas, sem direito a questionamento.
Isso sendo imputado aleatoriamente para quem estava justamente protestando pela manutenção da justiça e da honestidade no país, é um golpe muito duro de assimilar.
As narrativas que chegam de dentro das penitenciárias, onde poucos podem acessar os prisioneiros do 08 de janeiro, é de que eles estão sendo tratados de forma desproporcional e injusta diante da falta que supostamente cometeram.
Muitos deles têm problemas de saúde crônicos, como câncer, diabetes e hipertensão, e não estariam recebendo os cuidados adequados.
Mas o pior de tudo, é saber que o sofrimento dessa gente está sendo utilizado de forma leviana para assustar e intimidar aqueles que porventura tentem se levantar contra as injustiças do sistema daqui pra frente.
O recado é mais ou menos assim: “Prestem bem atenção ao que está acontecendo com eles, pois se vocẽs não ficarem quietinhos poderão ser os próximos”.
É por isso que, mesmo sem querer, quando divulgamos essas injustiças, ao mesmo tempo em que estamos fazendo uma denúncia, estamos também servindo ao objetivo do sistema de assustar aqueles que pensavam em protestar.
Em todo caso, temos a consciência tranquila de que o silêncio covarde seria a pior das opções.