Por Luis Ernesto Lacombe/Gazeta do Povo
O ódio cega, o ódio ensurdece, o ódio, quase sempre, trai a realidade. O ódio cria alucinações, miragens, visões equivocadas. Quem odeia ouve vozes desconexas, irreais, os absurdos e seus ecos. O ódio pode destruir todas as verdades.
O ódio desequilibra as decisões, impede a argumentação coerente, o olhar por todos os ângulos. O ódio representa a destruição completa das histórias reais, o declínio, o fracasso, a capitulação ao desejo doentio de destruir daqueles que deveriam contar essas histórias: os jornalistas.
Não há imparcialidade, isenção, quando o que move um jornalista é o ódio, a antipatia, a repulsa. Com Bolsonaro foi assim, desde o início. Nunca um presidente da República recebeu da imprensa ira tão profusa.
Foi o governo das rachadinhas, da milícia, do orçamento secreto... O que fazia de bom, invariavelmente, era ignorado, ou editado malandramente, reduzido com conjunções adversativas.
O que era ruim virava o crime mais nojento, o erro mais grave já cometido por um governo. Qualquer suspeita merecia condenação imediata. Agora, com Lula, o processo foi invertido.
Os jornalistas resolveram não duvidar mais. Eles sempre tiveram certeza de que Bolsonaro era o governo das milícias... Lula será poupado. Já nem estão falando mais das estranhas relações da ministra do Turismo, Daniela do Waguinho, com milicianos. Não há por que insistir no assunto, se o inimigo já não é mais o presidente..