Pau que dá em Chico, dá em Francisco. Aos poucos os veículos de imprensa que, inadivertidamente se posicionaram ao lado da censura, quando ela era somente contra a direita, começam a despertar para a possibilidade de que, a qualquer momento, os mesmos censores que pareciam simpáticos, possam mudar o lado dá mira e começar a censurar qualquer um.
Um exemplo claro de abuso da censura no Brasil, que supera inclusive os episódios ocorridos durante o regime militar, é o da perseguição aberta e deslavada à Jovem Pan.
Seria muita ingenuidade atribuir somente ao judiciário e aos agentes da esquerda progressista os ataques sofridos pela emissora paulista, que já tem mais de 80 anos de funcionamento.
Reparem que foi justamente quando a Jovem Pan começou a funcionar como emissora de TV, mostrando a verdade dos fatos que nenhuma outra mostrava, o que acabou lhe rendendo uma audiência enorme, que as perseguições começaram a aumentar.
Tudo nos leva a crer, portanto, que além dos incômodos que aa notícias divulgadas na emissora estavam causando aos ninimigos da verdade, houve uma mobilização de bastidores das emissoras que dominavam o mercado, para puxar o tapete da nova e incômoda concorrente.
No Brasil é assim que funciona: sistema político corrupto, judiciário tendencioso e imprensa vendida formam um só bloco. Mexeu com um, mexeu com todos.
Mas parece que a brincadeira de censura foi longe demais, e as próprias concorrentes da Jovem Pan sinalizam que já estão sentindo receio de que a mão do censor bata firme em suas portas também.
Associações de rádios e televisão repudiaram as ações de intimidação e perseguição política encabeçada pelo grupo denominado Sleeping Giants Brasil contra a Jovem Pan, em nota divulgada nesta quarta-feira (22).
O grupo de ativismo, de viés político de esquerda, é conhecido por intimidar anunciantes para tentar retirar do mercado veículos de comunicação dos quais diverge politicamente.
As ações consistem em usar a conta do grupo nas redes sociais para marcar perfis de empresas que anunciam nos veículos de comunicação pressionando-os para que retirem os anúncios sob pena de serem constrangidas e expostas, aumentando a rejeição à marca, caso não cedam à intimidação. A Gazeta do Povo já foi alvo do grupo em 2020. Desde o final do ano passado, o Sleeping Giants faz uso de fake news para atacar o grupo Jovem Pan.
Na nota das entidades, a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) manifestou preocupação com as campanhas feitas pelo grupo de ativismo político.
A Abratel afirmou que “defende que o exercício do direito de informação, da pluralidade de ideias e da liberdade de expressão são pilares fundamentais da democracia e devem ser garantidos a todos os meios de comunicação social”.
Segundo a associação, as divergências devem ser mantidas nos debates e é importante haver o respeito às instituições e à Constituição.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) também disse que acompanha, com preocupação, a ação de boicote do Sleeping Giants Brasil.
“Trata-se de inequívoca ação de intimidação que tem por finalidade o enfraquecimento econômico de veículos de comunicação, com graves repercussões e prejuízos a diversos profissionais de imprensa que exercem legitimamente a sua atividade profissional”, informou a Abert.
A associação também destacou que esse não é o caminho da liberdade de expressão e de imprensa.