Você deve ter visto que esposas de ministros do governo Lula ganharam cargos nos tribunais de contas com salários a partir de R$ 35,4 mil.
Um dos casos mais escandalosos é o de Aline Peixoto (foto), esposa do ex-governador da Bahia e atual Ministro da Casa Civil, Rui Costa, que apesar de ter fromação em enfermagem, foi nomeada para o Tribunal de Contas dos Municípios, mesmo sem entender coisa alguma de contas públicas.
As nomeações de esposas de políticos do PT foram feitas em série e em uma só semana, numa evidência clara de que estão pouco ligando para a ética e o decoro, e menos ainda para a reação da opinião pública.
São cargos vitalícios, com estabilidade até os 75 anos — ou seja, até elas se aposentarem. Um emprego dos sonhos, regalia para uma seleta lista de pouquíssimos privilegiados, que vivem num Brasil bem diferente daquele em que habitam os pagadores de impostos.
Deveríamos aceitar isso? Alguns até fizeram malabarismo jurídico para negar o óbvio nepotismo do caso, mas a sociedade viu e sentiu o abuso.
Alguns até podem alegar que não seria nepotismo quando se trata de tribunais de contas estaduais, em vez do próprio governo federal, certo? Errado! Na verdade, é nepotismo, sim. Neste caso, é o nepotismo cruzado, figura muito comum no Brasil.
A definição simples de nepotismo é quando há o favorecimento de parentes na ocupação de um cargo público em vez da seleção das pessoas mais qualificadas para a função.
Já o nepotismo cruzado ocorre quando um agente público emprega o familiar de outro, em uma troca de favores. A imoralidade segue, mas fica mais difícil da justiça detectar e punir os envolvidos.
A legislação brasileira, para variar, pode ser interpretada para, mesmo sendo eticamente incorreto, justificar a manutenção das esposas nos cargos. O Brasil é o país dos malabarismos jurídicos.
Com informações de Paulo Uebel/Gazeta do Povo