Por Eli Vieira/Gazeta do Povo
Um conluio entre agências do governo americano e entidades civis recomendou censura durante a pandemia até para informações sabidamente verdadeiras que pudessem estimular a “hesitação vacinal”, revelaram jornalistas selecionados por Elon Musk (foto) que cobrem os “Twitter Files”.
Em mais uma série de revelações dos arquivos do Twitter na quinta-feira (9), os jornalistas Matt Taibbi e Michael Shellenberger propuseram uma forma mais ampla de interpretar como a rede social, antes de ser comprada por Elon Musk, contribuiu para a censura nos Estados Unidos e no resto do mundo.
De acordo com Taibbi e Shellenberger, a plataforma fazia parte de um “complexo industrial da censura” com participação de agências do governo e entidades que recebem dinheiro público.
No mesmo dia, eles depuseram à Comissão Jurídica da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, onde foram interrogados publicamente por deputados republicanos e democratas.
Os documentos publicados sugerem que o Twitter tinha um sistema chamado Flashpoint, usado para receber denúncias de diversas entidades governamentais como o FBI, o Departamento de Segurança Interna (DHS), a Agência de Cibersegurança e Segurança em Infraestrutura (CISA), o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) e o Departamento do Tesouro (USDT), contra contas a serem censuradas.
Até o Departamento de Polícia de Minneapolis tinha acesso ao sistema de denúncia pelos bastidores. As entidades mandavam para o sistema e-mails contendo planilhas com centenas ou milhares de contas de usuários para “revisão”.
Havia reuniões periódicas entre os oficiais do governo e representantes do Twitter e outras redes sociais para tratar de assuntos como o “status” da Rússia, China, Irã, Venezuela, Coreia do Norte, além de “planejamento para as eleições”.