A condução da segurança pública na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sob o comando do ministro Flávio Dino (PSB), tem patinado neste início da nova administração federal.
Com poucas proposições apresentadas tanto no programa parcial de governo como durante a campanha eleitoral, o cenário que se iniciou no novo mandato de Lula é de muitos discursos ideológicos e poucas definições claras sobre o tema.
Uma das esperanças para o surgimento de medidas concretas de enfrentamento ao crime estava no relançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
O programa foi lançado na quarta-feira (15) - ainda em tom de campanha eleitoral -, com acenos diversos à base de apoio de Lula, críticas a adversários políticos e às forças policiais e, principalmente, sem medidas de enfrentamento ao crime organizado.
O anúncio preocupa especialistas em segurança pública, que apontam falta de pragmatismo na gestão do tema pelo governo petista.
Com a crescente preocupação sobre a condução da segurança no âmbito federal, a Gazeta do Povo avaliou a maneira como dois estados brasileiros que eram governados por ministros de Lula, Bahia e Maranhão, foram geridos nos últimos anos para entender o que é possível esperar daqui para a frente quanto ao combate à criminalidade.
Ambos os estados foram governados nos anos recentes com uma visão bastante próxima daquilo que Lula tem anunciado que pretende seguir – enquanto o Maranhão esteve os últimos oito anos sob o comando do próprio ministro Flávio Dino, a Bahia é governada desde 2007 por membros do Partido dos Trabalhadores (PT); Rui Costa, atual ministro da Casa Civil, fui dos petistas que esteve à frente do Executivo estadual.
Os dois governadores deixaram os seus respactivos estados entre os piores do país em quase todos os indicadores, em especial no combate à criminalidade.
Na Bahia, durante o governo de Rui Costa, facções criminosas passaram a dominar comunidades inteiras, tanto na capital quanto no interior.
A Bahia também se tornou a primeira em desemprego e uma das últimas em desempenho escolar nesse período.