Por Rodolfo Costa/Gazeta do Povo
A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está convencida de que o crime organizado detectou uma fraqueza do governo federal no combate às quadrilhas e à criminalidade.
A prisão de suspeitos de organizar ataques contra agentes públicos, a exemplo do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), e a onda de violência ocorrida no Rio Grande do Norte sugerem a opositores que as facções criminosas se sentem livres e confortáveis para agir de forma mais radical em um governo de esquerda.
O deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, entende que não há dúvidas de que as facções se sentem mais confortáveis para cometer crimes no atual governo. Segundo ele, isso sugere a percepção de fraqueza do governo em relação ao combate às quadrilhas.
Já o governo Lula ressaltou que há pelo menos 45 dias seus setores de inteligência identificaram o plano do PCC (Primeiro Comando da Capital) para atacar Moro e autoridades de segurança pública e a Polícia Federal (PF) conseguiram desarticulá-lo de forma eficaz e sem violência.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, ressaltou que a PF não faz distinção política na hora de proteger a sociedade e que Moro pode ter sido salvo devido à eficiência e independência do órgão.
Durante a operação Sequaz, a PF cumpriu ao menos nove de um total de 11 mandados de prisão e realizou buscas em 24 locais que podem ter sido usados no planejamento para matar ou sequestrar autoridades públicas.
A operação ocorreu dias depois do início de uma discussão política polêmica sobre uma visita de Dino à favela da Maré, no Rio de Janeiro, que é controlada pela facção criminosa Comando Vermelho.
Isso levou opositores do governo a questionarem como autoridades da esquerda conseguem entrar em áreas dominadas pelo crime sem sofrer represálias.