Por Thiago Cortês
“Só porque podemos chacoalhar nossos cérebros com violência de quebrar ossos, cortar a aorta e esmagar crânios, isso significa que temos que fazer isso?”, questiona Jordan Hoffman, no influente jornal The Guardian.
Jordan fala da franquia “John Wick”, estrelada por Keanu Reeves, que ele classificou como “pornografia de armas e violência”.
Outros jornalistas acusam os filmes de “glorificar a violência”.
Em um mundo hipersensibilizado pelo politicamente correto o uso ostensivo de armas, ainda que de forma simbólica, é visto como algo que “ofende” e “estimula a violência” no mundo real.
O problema de grande parte da imprensa mundial é que “John Wick” é um sucesso retumbante de bilheteria e não “paga pedágio” aos dogmas politicamente corretos.
John Wick, interpretado por Keanu Reeves, é um lendário assassino de aluguel aposentado, lidando com o luto após perder o grande amor de sua vida.
No início vemos um homem ferido, vulnerável, lidando com a dor da perda. Porém, quando bandidos invadem sua casa e matam seu cachorro (um presente póstumo de sua esposa), os velhos instintos ressurgem com força total.
John Wick volta à ativa e executa sua vingança de maneira brutal. E nós, que sabemos o significado do lhe foi tirado, torcemos por ele durante toda a jornada.
É nesse ponto que a militância torce o nariz. Queriam que o público compartilhasse do seu desprezo por armas, vinganças brutais e a violência como fonte de entretenimento.
"John Wick”, contudo, não cede à pressão para ser politicamente correto. E o público premia essa sinfonia de armas, vingança e redenção, lotando as salas de cinema.