O programa Ciência Sem Fronteiras (CSF), lançado em 2011 pelo governo Dilma Rousseff, do PT, para levar estudantes brasileiros ao exterior, foi um fracasso com custo de US$ 2,72 bilhões (R$ 14,23 bilhões na cotação atual).
É a principal conclusão de um artigo preliminar publicado em um site da Universidade das Nações Unidas, que por sua vez tem por base a tese de doutorado do primeiro autor, o economista Otavio Conceição, da Fundação Getúlio Vargas.
Os contemplados com a bolsa no exterior mostraram-se menos propensos a virar cientistas que os colegas que não participaram do programa.
O programa de bolsas de estudos e intercâmbio tinha como metas declaradas promover a internacionalização da ciência brasileira, incentivar pesquisa inovadora e aumentar a competitividade das empresas nacionais. Uma expressiva maioria de 79% das bolsas foi concedida a estudantes de graduação (mais de 73 mil bolsas).
Conceição e colegas mostram que as metas não foram atingidas em três frentes: descontinuidade dos estudos na pós-graduação no Brasil, baixa inserção no mercado como funcionários, e baixa iniciativa como novos empreendedores.
Os destinos mais populares dos estudantes foram universidades nos Estados Unidos, Portugal, Reino Unido, Espanha e Canadá, entre 22 países ao todo. Houve uma forte participação das engenharias, medicina, biologia e agronomia.
Até um programa paralelo de ensino de línguas foi criado, devido à escassez de estudantes bilíngues. A média de gasto por estudante foi de US$ 27.200 (R$ 142 mil), mais de cinco vezes o custo anual de um estudante de universidade pública.
Com informações da Gazeta do Povo