Por Thiago Cortês e Arthur Morisson
Psicólogo clínico e professor na Universidade de Toronto, Jordan Peterson ganhou fama internacional ao se opor à lei C-16, que tornou crime no Canadá a recusa do uso de pronomes neutros.
Antes da rebelião de Peterson, o debate sobre a legislação que determina o uso dos pronomes neutros no Canadá estava restrito à ideia de uma proteção de direitos dos transexuais.
Ser contra ou à favor da lei C-16 significa, em síntese, ser contra ou não os direitos das minorias transexuais.
Jordan Peterson mudou reposicionou completamente o centro do debate.
O professor destacou que, no fundo, a questão não era sobre “direitos trans”, mas sobre controle da linguagem que, inexoravelmente, leva ao controle do pensamento.
A restrição no campo da linguagem limita a construção de ideias próprias e prejudica até mesmo a capacidade intelectual de reinterpretar uma questão, como Peterson fez.
Limitar o vocabulário, lembrou Peterson, significa controlar o pensamento.
Ressoando o melhor de George Orwell, ele destacou que a imposição de uma nova linguagem – sancionada por políticos e burocratas – é simplesmente uma forma de ditadura.
A lei C-16 continua em vigor no Canadá, mas graças ao exemplo de Peterson, muitos intelectuais e artistas decidiram desobedecê-la. E a proposta de ampliação da proposta foi, após audiências com a presença do professor, sepultada de vez.