Alguns manuais de prática jornalística mais conservadores, recomendam que não sejam divulgadas notícias de suicídios e de atos praticados por indivíduos com perturbação mental, como os assassinatos em série realizados por psicopatas que atacam escolas para matar estudante e professores aleatoriamente.

Quem defende essa restrição na divulgação, argumenta que, mesmo sem querer, esse tipo de notícia acaba desencadeando atos semelhantes.

É como se a divulgação do ocorrido estimulasse outros assassinos latentes, que até então não estavam encorajados a transformar as suas fantasias mórbidas em ações reais.

Mas no caso específico dos recentes episódios de ataque às escolas no Brasil, existe uma suspeita de que há uma certa orquestração dos ataques, que já é motivada no submundo da internet, onde esses criminosos têm acesso a estímulos perversos dos mais variados.

Um desses ambientes vituais é a chamada dark web, espaços clandestinos que só são acessados por pessoas que têm interesses específicos nesses assuntos, que formam espécies de tribos do mal. Lá também estão o tráfico de drogas, a pornografia e a pedofilia. 

Há também a indicação de que certos tipos de jogos virtuais, em que as mortes servem como referência para a pontuação, acabam migrando para fora da tela do computador, e passam a ser praticados no mundo real.

O psicopata envolvido pela atmosfera dos jogos disputados nesse ambiente sombrio, acreditam que quanto mais assassinatos eles cometerem, mais perto estarão de vencer o game.

Nesse contexto patológico de percepção da realidade, vidas humanas preciosas, passam a ser somente um número.

Nos 13 meses entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, as escolas brasileiras sofreram 10 ataques com vítimas de assassinato. É pouco menos de metade de tudo o que foi registrado nos últimos 22 anos: 22 ataques.

O levantamento consta da Nota Técnica 15, produzida pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP).

E o dado já está desatualizado: apenas nas últimas semanas, aconteceram ao menos quatro incidentes, em São Paulo (SP), Blumenau (SC) com mortos, e em Manaus (AM) e Goiânia (GO) com feridos.

Em fevereiro, em Monte Mor (ES), um adolescente havia sido apreendido após lançar uma bomba caseira na Escola Estadual Professor Antonio Sproesser. O artefato explodiu, mas não deixou feridos. A lista prossegue.