Por Hentique Bredda
Quem é de São Paulo, é paulistano. Quem é dos EUA, é americano. Quem é da Itália, é italiano. Quem é da elite da guarda romana, é pretoriano. E por aí vai: equatoriano, peruano, boliviano, goiano, anglicano, australiano, lituano, jordano, iraquiano, iraniano, queniano, indiano, atleticano, corinthiano, etc. Em essência, a terminação '-ano' significa pertencimento.
Por outro lado, a terminação '-eiro' significa profissão: engenheiro, padeiro, porteiro, carteiro, carpinteiro, jardineiro, leiteiro, açougueiro, pedreiro, cabeleireiro, coveiro, goleiro, caseiro, jornaleiro, borracheiro, verdureiro, fuzileiro, cozinheiro, etc.
Enquanto "-ano" basta apenas ser, "-eiro" requer dedicação, esforço e talento.
"Brasiliano" era o termo utilizado, no século 16, como referência aos índios locais aqui do Brasil; já os portugueses, recém-chegados preferiam se autodenominarem "brasileiros". Eles se diziam brasileiros pois a atividade de trabalhar, criar riqueza e organizar essa terra bruta aqui no Brasil era coisa de profissional.
Normalmente quando ouvimos a frase que diz que "o Brasil não é para amador" ela geralmente se encontra num contexto pejorativo, quase sempre dita por alguém que está frustrado ou perdendo em alguma situação por aqui no Brasil.
Geralmente a conclusão de quem repete essa expressão é que a única solução é se mudar do país porque "aqui não tem solução". No entanto, essa frase é verdadeira: o Brasil "não é para amador", é para profissional. Desde sempre.
Brasileiro é a única nacionalidade do mundo que também é em si uma profissão.
O Brasil realmente não é adequado para amador, é para profissional. Se uma pessoa conseguir compreender essa realidade, muda tudo.
Ser brasileiro É uma profissão.