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Flávio Dino - O inimigo da liberdade
Política Nacional
Publicado em 19/04/2023

Por Karina Michelin

Flavio Dino insiste em usar a morte de crianças inocentes e a criminalidade organizada, como instrumento para regular toda a mídia. Usar esses crimes terríveis como motivação de censura, dos quais eles mesmos não os classificam e condenam como hediondos, só demonstra a ambiguidade e a parcialidade desses discursos ideológicos, articulados de forma insistente pelo ministro.

Isso nos remete aos anos do fascismo, em que a liberdade de pensamento, expressão e associação foi completamente revogada.

É claro que o tema da liberdade de pensamento, aliado ao da liberdade de expressão, é muito delicado do ponto de vista filosófico e jurídico. Ou seja: qual seria o limite dentro do qual ficar? Existe um limite para a liberdade de se expressar?

Diante da complexidade da realidade, através da impossibilidade de ter uma visão unívoca da realidade, nos conduz a uma dimensão polifônica da qual temos de considerar múltiplas perspetivas em que cada uma exprime necessariamente, uma possibilidade de interpretação.

Os líderes ditatoriais temem a liberdade de pensamento e a liberdade de expressão porque pessoas intelectualmente e moralmente livres representam a possibilidade de uma deriva “anárquica”, segundo eles – uma forma pela qual o poder deles passa a ser desconsiderado e questionado.

Há, portanto, uma estreita correlação entre o pensamento filosófico e sua aplicação na esfera política, uma vez que o poder politico joga com a forma como percebemos a realidade.

Como argumenta George Orwell no famoso romance 1984: «O poder não é um meio, é um fim. Uma ditadura não se estabelece com a intenção de salvaguardar uma revolução; mas faz-se uma revolução para estabelecer uma ditadura.

O fim da perseguição é a perseguição. O fim da tortura é a tortura. O fim do poder é o poder.”

Atrás da eloquência e das supostas ” boas intenções” de Flávio Dino, existe um mundo obscuro que abre ainda mais espaço para todo mal - que já foi instaurado em nossa sociedade, do qual temos a árdua tarefa de eliminá-lo e não alimentá-lo, caso contrário a sociedade que deveria defender seus direitos e liberdades será cúmplice do seu próprio fim.

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