Por Marcio A. Campos/Gazeta do Povo
A essa altura do campeonato, até os muros dos palácios do Vaticano já se convenceram de que o acordo com a China se mostrou um fiasco total – a não ser, claro que você se chame Pietro Parolin ou tenha algo a ganhar com a manutenção das coisas como estão.
A liberdade religiosa não avançou um milímetro para os católicos que desejam estar em comunhão com o papa, e não com o Partido Comunista Chinês.
E a ditadura de Xi Jinping não pensa duas vezes antes de passar por cima do que quer que tenha sido acertado com a Santa Sé.
Ainda que os termos exatos do acordo continuem sendo mantidos sob sigilo, sabe-se, do pouco que foi oficialmente divulgado, que China e Santa Sé não recorreriam ao unilateralismo completo na nomeação ou transferência de bispos, em uma tentativa de criar pontes entre a Igreja Católica real, aquela submetida a Roma, e a tal Associação Patriótica Católica Chinesa (APCC), que responde ao governo.
No entanto, Pequim, além de seguir adiante com a perseguição aos católicos que não se ajoelham no altar de Mao Tse-Tung, prendendo padres e bispos e destruindo igrejas, não está cumprindo sua parte nem mesmo naquilo que ficou público a respeito do acordo.