Por Renan Ramalho/Gazeta do Povo
Os episódios da invasão e depredação das sedes dos Poderes no 8 de janeiro marcaram uma mudança na postura do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Desde o ataque, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e autoridades do Executivo passaram, nos bastidores, a criticá-lo por considerarem que teria sido omisso diante de ameaças de violência contra as instituições, muito em razão do alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por isso, nos últimos três meses, Aras tem buscado enfatizar a defesa da democracia, da pacificação social e, com isso, também tenta se aproximar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que sempre cita o episódio como uma tentativa de golpe contra sua eleição.
Aras está no final de seu segundo mandato à frente da PGR, que termina em setembro. Nos bastidores, integrantes do Ministério Público Federal (MPF) consideram que ele ainda pode buscar uma recondução junto a Lula, para mais dois anos no comando do órgão; indicar um sucessor próximo; ou, ao menos, encerrar sua gestão com uma imagem mais positiva.
Cabe ao presidente da República indicar o procurador-geral, e Lula já disse que não pretende, desta vez, seguir a lista tríplice, composta pelos três nomes mais votados pela categoria. Aras foi escolhido por Bolsonaro fora da lista, quebrando uma tradição seguida desde 2003.