Por Silvio Ribas/Gazeta do Povo
Tentar conquistar o controle da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro é o alvo, tanto o governo, quanto da oposição, que se preparam intensamente para a batalha que se vislumbra para os próximos meses.
Os líderes de ambos os lados estão testando nomes para compor o colegiado, traçando estratégias para ocupar os postos de comando e já começaram a preparar argumentos, discursos e alvos para debates e diligências.
Nesta terça-feira (25), senadores dos dois blocos oposicionistas realizaram a primeira reunião voltada a listar prioridades, definir participantes e prever tarefas iniciais.
Em paralelo, aliados do Planalto, sob a batuta do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), investiram tempo e influência para fechar o acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que vai determinar qual será a verdadeira potência deles na CPMI.
Em reunião com líderes na tarde desta terça-feira (25), Lira consagrou sua indicação do deputado aliado André Fufuca (PP-MA) para a relatoria. Mas o martelo não foi batido e outros nomes ainda tentam ficar com o cargo.
A sessão do Congresso para a abertura da comissão foi convocada para esta quarta-feira (26), uma semana após o general Marco Gonçalves Dias pedir demissão do posto de ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
O vazamento de imagens que mostram Gonçalves Dias dentro do Palácio do Planalto no momento da invasão e interagindo com invasores, tornou a CPMI inevitável e levou à mudança da postura do governo.
O general amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), junto com o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), estão entre os alvos prioritários da oposição na comissão.