Por Luiz de Orleans e Bragança/Gazeta do Povo
Passado o furacão do PL da Censura que quase nos levou à ditadura, ficam os alertas e os aprendizados. Para atualizar como foi o processo até agora, vamos ao contexto. Semana passada foi pautada a urgência do Projeto de Lei 2630 na Câmara para driblar o debate nas comissões.
Antes da votação, os deputados da oposição se mobilizaram para tentar convencer o máximo de colegas a votarem contra e estavam confiantes na composição da "maioria conservadora”, eleita na Câmara em 2022. Pasmem, a urgência passou.
Nesta semana foi a vez de votar o mérito do projeto. Exaurido os recursos dos deputados da oposição para convencer seus pares, vários apelaram para a sociedade, que respondeu em grande estilo.
Foram mobilizadas as redes sociais e as ruas, e invertido o quadro de deputados que antes apoiavam a urgência. O governo, percebendo que não teria votos, resolveu retirar o projeto de pauta para que não fosse rejeitado e contabilizasse uma perda política importante.
É uma vitória da ação da sociedade, que desde os atos de 8 de janeiro estava dormente e retraída. Mas é também um alerta para o plano totalitário da esquerda que tem tudo para avançar se a direita não incorporar aprendizados importantes.
Ditadura nenhuma se sustenta sem censura, portanto eles não deixarão esse revés ficar assim.
Aprender o quê? Que a força bruta, a propaganda e a censura formam as bases de toda ditadura. O atual governo já contava com o poder de coerção do Judiciário, e para fazer propaganda, elencou bilhões na “compra” de veículos de mídia, tornando-os braços da agenda política do governo.
Entretanto, o fato de as mídias tradicionais serem pagas e descaradamente pró-governo tem gerado perdas para elas mesmas em audiência e relevância junto à opinião pública.