Por Rodrigo Oliveira*
O individualismo que surge após a Segunda Guerra fez muitos acreditarem que o outro é um inferno, causa de nossas desgraças.
A sensação de que a vida pode acabar a qualquer momento por causa de uma crise ou guerra mundial criou a busca por um tipo de vida mais intensa e experiencial.
Tudo passou a ser reduzido à sensação. O subjetivismo atingiu um outro nível. O slogan desta nova era é: “Somente a minha felicidade importa”.
No entanto, é bem verdade que somos seres sociáveis. Sem o apoio mútuo, sem o amor ao próximo, sem abertura para o outro, tombamos em pó.
A ilusão de que é possível ser feliz sozinho tem sido desfeita, e da pior forma: diversas doenças psicossomáticas passaram a nos assolar.
Em um mundo que as pessoas têm de se virar sozinhas, que estão fadadas a amar a si mesmas, não podemos esperar nada senão o aumento das nossas próprias misérias.
*Escritor/Professor de filosofia