Por Karina Michelin
“Durante a pandemia, o Facebook censurou notícias verdadeiras”. Para muitos não é uma novidade, mas para outros essa afirmação serve como lição.
Não foi apenas um mea culpa, o de Mark Zuckerberg em relação à censura que sua empresa tem feito sobre os assuntos que inflamam a opinião pública.
Mas também uma admissão (embora tardia) atestada por este homem que construiu um império de big data, de que o algoritmo não é capaz de lidar com a complexidade.
A oportunidade de falar sobre a mordaça surgiu durante a longa entrevista que Lex Fridman, pesquisador russo-americano e especialista em Inteligência Artificial (LA) do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Ele nunca havia falado sobre isso antes, mas durante essa entrevista ele deixa claro a verdade sobre a censura social.
Zuckerberg foi executor da propaganda do governo durante a pandemia. O seu regime era, e ainda é , de censura - em que a mentira foi e ainda é permitida, e a verdade censurada. A mordaça continua em nossas bocas, mas o algoritmo de Zuckerberg ainda não consegue lidar com isso.
A resposta pontual de Fridman sobre os possíveis perigos das vacinas é liquidada por Zuckerberg com um lacônico «é difícil». «Introduzimos a possibilidade de optar por usar fact-checking ou não, mas se o conteúdo violar as nossas políticas não é permitido publicá-lo». Ou seja, fica tudo como está.
Não poderíamos esperar uma resposta diferente daquele que censurou médicos, cientistas, pesquisadores, vitimas, jornalistas e até mesmo um presidente da República.
Zuckerberg causou danos irreversíveis nos últimos 3 anos, sua admissão está sendo divulgada com total indiferença, como se a repetida violação da Primeira Emenda da Constituição americana (que consagra a liberdade de expressão) através da suspensão de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, pudesse passar de forma despercebida e impune.