Por Rodrigo Oliveira*
Quem não possuir uma estrutura mental e espiritual bem estabelecida, de uma maneira ou de outra, sofrerá crises tremendas. Surtos.
Portanto, prepare-se. No entanto, prepare-se não de forma apocalíptica, mas serena. Sem estardalhaço.
Aprenda a lidar com a sua solidão, com o seu sofrimento, com as suas esperanças que se apagam a cada trágica notícia.
Fortaleça-se, pois a Fortaleza é uma das virtudes mais belas e necessárias para nos afastar das tentações em tempos críticos como o nosso.
Pode parecer que tudo tem se desmoronado, que estamos caindo em um abismo sem fim. A verdade é que esta realidade sempre veio abaixo.
Cristo foi um candeeiro entre os escombros, e temos de imitá-lo. Se a terra é insossa, temos de ser o seu tempero; se há doença, temos de ser a cura; se há desespero, temos de ser a calmaria.
A desordem externa só é capaz de o atingir se a sua vida interior estiver fragmentada. O mundo continuará sendo movido por modismos, falsas esperanças e desajustadas visões sobre o que é a felicidade.
Eric Voegelin disse que “existem tempos em que a ordem divinamente desejada só é realizada humanamente na fé de sofredores solitários”.
Mantenha-se estável e não cesse de se colocar contra a desordem vigente. Aja como se realizasse um trabalho que é pura loucura aos olhos dos outros, mas bom e belo aos olhos de Deus.
Você não é obrigado a participar da desordem vigente.
*Professor de filosofia e escritor