Por Percival Puggina
Abro um e-mail do Estadão e o número estava ali, com a força de um soco na cara.
“11,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos não trabalham nem estudam no Brasil - ou seja, é mais que a população de Portugal inteira.
Chamado de nem-nem, esse grupo cresceu de forma exponencial nas últimas décadas até atingir o auge na pandemia, de cerca de 30% da faixa etária. Esse número caiu para 23% da população no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da FGV Social.
Apesar disso, a proporção de jovens nessa condição está acima da média internacional.
No ano passado, o relatório Education at a Glance 2022, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que o Brasil tinha o segundo maior percentual de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalhavam nem estudavam.
Enquanto aos 78 anos escrevo estas linhas e você as lê, um em cada quatro jovens brasileiros não têm o que fazer porque estudar não querem e trabalhar não podem ou não sabem.
Isso era tão esperável e tão evitável! Você faz ideia de quanto talento teve atestado de óbito fornecido a esses jovens?
Quanto deixou de ser, florescer e ganhar vida em cada uma dessas histórias de vida? Tesouros escoando pelos dedos irresponsáveis de tantos...