Por Rodrigo Oliveira
Se Descartes disse: “Penso, logo existo”; se Schopenhauer anunciou: “Sofro, logo existo”; Santo Agostinho postula: “Amo, logo existo”.
Para Agostinho, o amor é a força motriz da vontade.
O problema que orbita a angústia humana não é se é necessário amar, mas o que é necessário amar.
O amor pode nos conduzir ao paraíso ou ao inferno, a depender do que amamos.
Há pessoas que amam fazer o mal, que amam lavagem e se comprazem na lama. Contudo, há os que amam o próximo, que amam a verdade e se comprazem na bondade.
O amor pode triturar e moer os tesouros da sua alma, mas também pode torná-los mais puros, triturando e moendo o que não presta; pode queimar para consumi-los ou queimar para purificá-los.
Como estamos amando? O que estamos amando? Para onde estamos direcionando o nosso amor? São essas perguntas que sempre devem nos guiar.
*Escritor e professor de filosofia