Ouvir rádio

Pausar rádio

Offline
PUBLICIDADE
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/214763/slider/e0b7a2219c85819b11f0f3aecd7c2547.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/214763/slider/42610458bf7e91ed3a7e9c3f54b50b32.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/214763/slider/e83591e691eb0b9734ef857bc42d941e.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/214763/slider/c8b8ee966cc27f3832faba07b443d2fc.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/214763/slider/56b1a78f770e79d04de8df971a4a6301.png
Xou da Xuxa e os "adultescentes"
Comportamento
Publicado em 16/07/2023

Rodrigo Oliveira*

Comecei a assistir ao documentário da Xuxa com uma única finalidade: entender melhor as consequências desastrosas da minha geração.

Fui sem esperar muita coisa, mas consegui enxergar o início de tudo o que naturalizamos hoje nas redes sociais: a construção midiática de um ídolo, o fanatismo, a forma instrumental de lidar com a fama, o vício por tela.

Em relação à idolatria, em um dado momento aparece um fã dizendo que escreveu setenta mil vezes “Xuxa, eu te amo”; noutro, mostra uma multidão chorando, gritando, como se estivesse fora de si, enquanto a Xuxa passava acenando.

O que me chamou a atenção é que muitas dessas pessoas não eram crianças, mas adultas. Marmanjos erguendo os braços, tremendo e chorando copiosamente.

Eu sei que essa vontade de erguer um altar para o ídolo não é de agora. Sempre existiu. Max Weber explica isso com o seu conceito de carisma. No entanto, a infantilização do adulto é que me chama a atenção.

Se hoje temos gerações inteiras de adultescentes, é também uma consequência dos estímulos recebidos diariamente pelos programas da década de 1990.

A Xuxa, sem sombra de dúvidas, representa um desses eixos de mudança de comportamento coletivo.

*Escritor(a)

# Mais conhecido na internet como Seymour Glass
# Professor de Filosofia
# Autor: Ensaios sobre os deuses depressivos e Almas de Mármore

Comentários