Por Rodrigo Oliveira*
Como eu devo viver? O que é a vida? Por que eu sofro? Por que odeio?
A vida não é uma receita. Você não encontrará respostas exatas para as questões acima.
A realidade é sempre aberta e a consciência deve se abrir para compreendê-la.
O problema é que ainda nos esforçamos para entender a realidade a partir de uma concepção fechada, como se o mundo fosse uma construção racional.
Para as grandes questões, a resposta está na busca e envolve tudo o que compõe a experiência humana, inclusive os sonhos, as loucuras, os mistérios.
A nossa existência não é fechada e perfeitinha a ponto de conseguirmos dar respostas simples para as questões que são sempre abertas e muitas vezes imprecisas.
Como disse o professor de química da imortal Lygia Fagundes Telles, após o resultado da experiência contrariar a expectativa teórica: “Vejam, meninas, na Química há sempre uma larga margem de imprevistos, como na vida, que também desobedece regras e leis...Vocês vão se lembrar disso mais tarde”.
Eis uma verdade óbvia que precisa ser repetida: a vida é imprevisível. Nas suas veredas, correm o mistério.
O problema, portanto, dessas questões que extrapolam a previsibilidade racional é saber se estamos abertos o suficiente para compreendê-las.
Na maioria das vezes, queremos somente uma resposta momentânea, que satisfaça superficialmente nossas expectativas.
*Mais conhecido na internet como Seymour Glass
Professor de Filosofia
Autor: Ensaios sobre os deuses depressivos e Almas de Mármore