Por Luiz Mário Moraes

Você já parou para pensar porque somos tão fascinados pela figura do herói?

Existe algo nas narrativas heróicas que mexe com a nossa essência, que toca no nosso âmago e desperta algum tipo de sentimento adormecido que parece desconhecermos.

Sabemos que todas as sociedades, em diferentes lugares e épocas, cultuam os seus próprios heróis, portanto, a criação de figuras heróicas é um impulso humano natural e vital para a construção de uma identidade coletiva.

Basicamente, não existe nação e nem geração sem a consolidação de uma ou mais figuras heróicas.

Neste momento específico da história, vemos as figuras heróicas como uma mera possibilidade de entretenimento, porém, nem sempre foi assim.

Para os antigos, os heróis tinham um papel muito bem definido na vida humana: inspirar.

Os grandes épicos gregos, como a Ilíada e a Odisseia, não eram vistos como simples passatempo, mas como uma fonte inesgotável de combustível para a alma, pois tais histórias mostravam que, se no passado houve homens capazes de superar as suas fraquezas e se aventurar numa jornada de transformação que os possibilitou sair da mediocridade e realizar feitos grandiosos, então todo ser humano tem, dentro de si, esse potencial.

O herói é aquele que abre caminhos e rompe barreiras. Que ousa fazer aquilo que, antes dele, todos diriam ser impossível. Que possibilita que um novo mundo possa nascer.

Pessoas como Alexandre, o Grande, Sócrates, Marco Aurélio, Pitágoras, Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Albert Einstein e uma infinidade de verdadeiros heróis que ousaram pavimentar caminhos até então inimagináveis, potencializando o universo do que é possível e provando, com as suas vidas, que o impossível é apenas uma mera questão de opinião.

Todos eles não aceitaram o status quo, pois sabiam, no seu âmago, que quando abrimos mão do nosso potencial heróico e transformador, somos incompletos.

Para uma criança, o herói é a representação de um caminho possível para o futuro e um modelo do quão longe podemos chegar. Houve um ponto nesse fluxo em que nos desprendemos da nossa essência. Chegou a hora de nos reconectarmos a ela.